A viagem, de Tatiana Pinto

Algumas vezes nosso lar não basta. E aí nos sentimos tentados a sair pelo mundo, para superar o vazio que nos enche, para deixar de lado aquilo que começa a parecer pequeno.

Inaya foi ao encontro de familiares apartados de casa, lançados à busca desse algo mais, em outro espaço. Mas sua história comporta muito mais do que o resgate de não-retornados. É uma história de crescimento, pelo desafio a convenções desajustadas, como retribuição a gestos solidários, resultante de um querer ser mais que mantém outros em perspectiva, quiçá juntos de si. E para além de Inaya, há Wimbo que, sem sair do lugar, lança as sementes para a criação de um mundo justo com meninas e mulheres. E fora do texto, a Kapulana, que, num ir e vir, tem tornado acessíveis ao público brasileiro textos expressivos da literatura africana.

Neste “A viagem”, de Tatiana Pinto, há ainda um trabalho de ilustração lindo que nos põe em contato com outros dois artistas moçambicanos: Tomás Muchanga e Luís Cardoso. Um negro, o outro branco, um artesão, o outro designer, aliam-se à viajada Tatiana Pinto no propósito de fazer a cultura moçambicana atravessar fronteiras. Que os recebamos bem!

Capa de

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